A transformação digital continua sendo um direcionador de investimento das empresas, de acordo com uma recente pesquisa global da Conference Board, com 750 CEOs e outros executivos C-level.
O estudo ainda aponta questões como o fortalecimento da cultura, desenvolvimento das equipes, tecnologia, automação e desenvolvimento de novas linhas de negócios como parte da estratégia de crescimento de médio e longo prazo de quase todas as organizações.
Ou seja, acelerar a inovação é cada vez mais necessário. Além de ser um elemento importante da cultura, ela é um componente essencial para buscar crescimento, satisfazer as necessidades dos clientes e diferenciar-se dos competidores.
A inovação precisa acontecer como um processo colaborativo e contínuo entre pessoas da mesma equipe, entre equipes e entre organizações, melhorando assim as operações e desbloqueando o potencial de novos produtos e serviços e elevando a experiência dos clientes.
Mas para a inovação gerar valor, é preciso misturar a criatividade com disciplina e gestão
Por que disciplina e gestão são importantes para a inovação?
O ambiente de negócios tem se tornado cada vez mais complexo, com múltiplas tecnologias avançando rapidamente, startups em diferentes regiões desafiando o status quo e as necessidades dos clientes, mudando constantemente.
Os novos paradigmas exigem dos profissionais a capacidade de explorar as novas oportunidades que surgem, além de uma ótima capacidade de execução. Pensar sobre inovação precisa ser um hábito e não uma exceção, indo muito além de ter uma ideia brilhante e inspiradora.
E fica cada vez mais urgente a necessidade de as empresas se organizarem melhor para estar à frente dos movimentos de inovação do seu setor e não apenas serem espectadoras.
Um primeiro passo simples é criar uma estratégia de inovação e desenvolver um framework que contemple o alinhamento da estratégia, dos processos, da governança e das métricas.
Como a inovação deixa de ser um evento e passa a ser um hábito?
Devemos fazer com que o pensamento não convencional faça parte da nossa rotina. O primeiro ponto é criar tempo para pensar. Precisamos de liberdade para que as pessoas explorem ideias no trabalho, ou seja, incorporar uma rotina e tempo para que a inovação seja o foco e não apenas uma distração.
Várias empresas, como a SAP e a Falconi, introduziram práticas como Focus Friday ou short Friday para criar tempo e espaço para que as pessoas possam aprender e ter ideias.
Esse tipo de prática possibilita que todos façam parte da evolução de produtos, serviços ou plataformas em que trabalham. A chave é normalizar a inovação, para que esse tipo de pensamento se torne um hábito.
Ser um inovador pode parecer algo restrito e reservado apenas para as pessoas mais criativas, mas na verdade, todos nós podemos ser um pouco mais originais em nosso pensamento.
O segundo ponto é aproveitar o conhecimento coletivo. O conhecimento é um elemento chave que determina quão rápido uma empresa consegue inovar. Você sabia que as empresas podem acelerar a inovação se valendo do conhecimento coletivo e das habilidades do seu time?
Sim, elas fazem isso criando espaço para que as pessoas possam explorar problemas e ideias entre elas, com um programa de intraempreendorismo, por exemplo. E também com outras organizações, por meio de práticas de inovação aberta.
E o terceiro ponto é criar um espaço seguro. O erro e a curiosidade são habilidades de sobrevivência, parte importante da mentalidade inovadora.
Em grandes empresas, ainda existe um receio de que uma ideia ou iniciativa não funcione e isso acabe impactando negativamente a carreira das pessoas envolvidas.
Ao encorajar a curiosidade, também precisamos criar um espaço seguro para experimentação e encorajar os membros das equipes a aprenderem a desaprender, modificar o comportamento automático e criar novos padrões de pensamento.
Discutir a exploração de problemas e ideias regularmente, assim como compartilhar os aprendizados na jornada, ajuda a inovação a se tornar parte do trabalho de todos.
Pare e pense: quais são os hábitos, práticas e espaços que você e sua equipe podem criar, direcionando a criatividade para modelar o futuro?
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Marina Cavalieri é mentora da FRST e Diretora de Produto e Inovação na Falconi. É formada em Administração pela UFMG e tem Executive MBA pela Fundação Dom Cabral.