Três desafios do Web Summit Rio para o futuro das pessoas e das empresas

Por Juliana Scarpa

Web Summit – Foto: Divulgação/Web Summit
Web Summit – Foto: Divulgação/Web Summit

Estive no Web Summit Rio 2023, o maior evento de tecnologia e inovação do mundo, que teve sua primeira edição no Brasil, sediada no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 01º e 4 de maio. Experiência incrível que marca a ascensão da tecnologia sul-americana e do reconhecimento do Brasil como um dos grandes berços mundiais de startups.

Acompanhei muitos temas durante esse período e, fazendo um breve balanço, compartilho neste artigo três desafios que observo para o futuro das pessoas e empresas. Além disso, enfatizo o quanto líderes precisam estar atentos a estes movimentos para desenvolver colaboradores de alta performance, preparados para um cenário de grandes oportunidades.

1) IA como aliada da eficiência organizacional

Sem dúvidas, o tema mais abordado no Web Summit Rio 2023 foi a inteligência artificial e seu impacto e consequências para pessoas e empresas. A IA proporciona um grande avanço para os negócios, desde a solução de problemas relevantes, desenvolvimento de soluções acessíveis e democráticas, até proporcionando uma gestão muito mais eficiente, e o aumento da performance organizacional.

Entretanto, notei que vários líderes e palestrantes do Web Summit destacaram preocupações em relação à segurança e privacidade no uso de dados e até mesmo à responsabilidade na evolução dessas soluções. Sim, trata-se de uma tecnologia relativamente nova, que avança rapidamente, e com isso traz questionamentos éticos e sociais que precisam ser endereçados.

Enquanto líderes, acredito que temos dois caminhos a percorrer: o primeiro é entender como e quais soluções ajudam na nossa realidade organizacional de fato. Ou seja, para além do hype, como podemos usar a IA para potencializar resultados. O segundo é apoiar nossos colaboradores no desenvolvimento de habilidades que potencializam o uso dessas soluções, para que eles possam ser mais estratégicos, que tenham a visão dos desafios que contribuem para a celeridade do crescimento organizacional e perenidade dos negócios. Devemos nos responsabilizar em desenvolver colaboradores “versáteis”, pessoas capazes de se adaptar num ambiente de mudanças muito rápidas.

Acredito que o caminho para o futuro será a união das habilidades humanas e da IA, construindo agilidade e soluções escaláveis para os problemas das empresas. A IA não pode criar, contextualizar ou planejar estrategicamente. Empatia e compaixão nos unem e nos levam, inclusive, a entender as necessidades da sociedade que devem ser atendidas pelas empresas. O uso da IA nos exige e potencializa o desenvolvimento daquilo que temos de melhor: as habilidades humanas! É preciso inovar para se ter novos resultados, mas, sem dúvidas, a ética e a responsabilidade social devem estar à frente de tudo.

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2)Tecnologia e lifelong learning

Outro tema também muito falado no evento foi o futuro do trabalho no cenário de rápida transformação digital. O tema da inteligência artificial fomentou ainda mais essa discussão, mas, como falei acima, acredito que a IA pode ser nossa aliada, desde que saibamos usá-la com sabedoria.

A questão-chave que percebo em relação à tecnologia em geral é que, cada vez mais, se faz necessário estabelecer, de fato, lifelong learning, única forma para acompanhar essas transformações. O futuro deve ser previsto olhando para o próprio futuro, não mais para o passado.

As digital skills, por exemplo, são essenciais para o futuro profissional. Mas não somente elas – aliás, o desenvolvimento constante das “humans skills” é o caminho para se utilizar de forma inovadora (maximizar!) as tecnologias disponíveis para disruptar o caminho dos negócios.

O relatório “The Future Of Jobs 2023” (World Economic Forum – WEF) aponta que o pensamento criativo e analítico estão no topo das competências mais requisitadas para o futuro profissional. Além disso, resiliência, flexibilidade, agilidade, motivação e autoconhecimento estão entre as primeiras competências da lista em destaque no relatório. Todas elas suportam o novo mundo do trabalho, a solução de problemas complexos em rede de colaboração.

O que isso significa? É possível usar a IA para impulsionar o desenvolvimento dessas competências, aliada ao conhecimento focado na solução de problemas reais das organizações. As empresas que aproveitarem o potencial da IA para a construção de times de alta performance se destacarão na entrega de valor para clientes e stakeholders.

Outro destaque sobre competências que me chamou bastante atenção durante o Web Summit foram as green skills (habilidades verdes), que estão conectadas aos pilares de ESG e à economia circular. Afinal, não podemos mais pensar em crescimento sem considerar a sustentabilidade como base. Mais uma excelente oportunidade para os negócios, para que se conectem de fato com a sociedade e se destaquem também como aliados a uma visão muito maior de resultados, que vai além das fronteiras.

Todos esses insights só reforçam o quanto o futuro é plural em questão de competências profissionais e diversidade, e o quanto o aprendizado contínuo, aliado à tecnologia, é o que possibilitará enfrentar este desafio.

3) Cooperar para prosperar

O 53º Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial (WEF), que ocorreu em janeiro deste ano em Davos, na Suíça, teve como lema “Cooperação num mundo fragmentado”. Em um cenário frágil, potencializado por diversas questões geopolíticas que reforçam a necessidade de cooperação, trabalhar em conjunto é um caminho para a prosperidade. Inclusive, na palestra que fiz no Web Summit Rio, ressaltei o quanto vivemos em um mundo cada vez mais incerto e complexo, onde só é possível sobreviver em comunidade.

Fazendo uma analogia com o cenário global, em que os países precisam cooperar para prosperar, o mesmo acontece dentro das organizações. O desafio é justamente o de entender que temos problemas interdependentes e que, para resolvê-los, precisamos trabalhar em conjunto, em rede de colaboração. E, sim, a tecnologia, a IA, estão aí para nos auxiliar a cooperar de forma muito mais assertiva, diversa, constante, gerando conhecimento e performance.

Num contexto mais voltado às empresas, para impulsionar resultados e obtê-los com consistência, as pessoas precisam se unir em uma grande rede de colaboração. A construção de conhecimento e a execução de grandes projetos, de forma ágil, em grupo, são o motor do desenvolvimento de competências para a alta performance.

Não tenho dúvidas de que é esse mindset que levará empresas a alcançarem resultados extraordinários e a enfrentarem desafios de forma coletiva no mundo do trabalho da revolução digital.

*Originalmente publicado na Época Negócios.

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