Neste artigo, discutiremos como vender uma boa solução ou ideia, um aspecto crucial para profissionais em qualquer setor.
Mais do que implementar soluções, é importante aprender com os resultados, sejam eles bons ou ruins.
Case da GE Healthcare: uma solução criativa
Um excelente exemplo de como uma boa solução foi vendida e implementada é o caso da GE Healthcare no ano 2000. A empresa enfrentava o desafio de fazer com que crianças perdessem o medo de exames de ressonância magnética.
Utilizando a abordagem do design thinking, a equipe liderada por Doug Dietz fez uma imersão em creches, entrevistou pedagogos, pediatras e guias de museus que lidavam com crianças, para entender melhor o comportamento infantil.
Como resultado, foi criado o protótipo do scanner Adventure Series, uma máquina ambientada de forma lúdica, com uma decoração divertida e colorida que transformava o ambiente hospitalar em algo mais amigável para as crianças. O sucesso foi impressionante: a satisfação dos pequenos pacientes aumentou em 90%.
O sucesso do projeto fez com que Doug oferecesse treinamentos de design thinking para colaboradores da GE, que desde então utilizam abordagem no planejamento de novos produtos. Essa solução se tornou um case da empresa.
É sobre aprendizados e como usufruir uma boa solução que vamos falar a partir daqui.
Aprendizados: o valor vai além da solução
Mais importante do que a solução em si, o verdadeiro valor está nos aprendizados gerados pelo processo. Uma solução que entrega resultados positivos é excelente, mas as lições tiradas do processo podem ser compartilhadas com outras equipes e aplicadas em futuros projetos.
Para criar um pitch eficaz, é fundamental consolidar os resultados e aprendizados com uma análise crítica. Pergunte-se: o que realmente causou o resultado?.
É comum que os resultados sejam atribuídos à solução adotada, sem considerar outros fatores, como a sazonalidade ou influências externas. Por isso, é essencial ter clareza sobre o que deu certo e o que deu errado.
Outro ponto importante é levar em consideração os aspectos humanos. Como os usuários ou clientes perceberam a solução? Suas percepções são essenciais, já que uma solução pode parecer perfeita em teoria, mas se não for bem aceita pelos usuários, sua escalabilidade será prejudicada.
Se os resultados forem bons, ótimo. Mas, se forem ruins, seja transparente sobre isso. Esconder resultados negativos aumenta o risco de a solução falhar ao ser escalada. A clareza gera confiança e permite melhorias contínuas.
Passos para criar um bom pitch
- Organize a apresentação de forma lógica: Apresente a solução e os resultados de maneira clara e sequencial para facilitar o entendimento do público.
- Torne o pitch simples, objetivo e transparente: Isso ajuda a manter a atenção do público e a evitar ilusões sobre soluções perfeitas.
- Enfatize os resultados e o caminho percorrido: Compartilhe não apenas o sucesso, mas também as outras ideias consideradas durante o processo. Isso demonstra criatividade e resiliência.
- Treine sua apresentação: Pratique com alguém de confiança, que possa oferecer feedback honesto. O treino ajuda a refinar o pitch e aumentar sua eficácia.
Podemos nos inspirar em Thomas Edison, ícone da inovação. Ele acreditava que o fracasso era parte do processo de descoberta. Ele mencionava que não falhou, apenas encontrou 10.000 maneiras que não funcionaram antes de achar uma boa ideia. Edison também pedia a suas equipes que trouxessem 10 propostas para cada solução, como forma de combater a “preguiça cerebral” — nossa tendência de adotar a primeira ideia que surge, mesmo que não seja a melhor.
Para finalizar, deixo aqui duas perguntas:
- Você já participou de discussões onde várias ideias foram consideradas antes de se chegar à solução ideal?
- Como você pode fazer imersões para entender melhor o comportamento de seus clientes, assim como fez a equipe da GE?
Essas questões podem ajudá-lo a desenvolver melhores soluções e a apresentá-las de forma mais convincente em seus pitches.
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Diego Silvério é mentor da FRST e trabalha como gerente de equipe na área de UX e design desde 2018, onde liderou diferentes tamanhos de equipes e as ajudou a criar experiências para B2B e B2C, em mobilidade e desktop.
