Falhas são parte da natureza de qualquer processo ou produto, mas a forma como lidamos com elas pode fazer toda a diferença. Com a metodologia FMEA, é possível se antecipar estrategicamente nesse contexto e minimizar o risco desse tipo de problema.
Isso acontece por meio de uma análise sistemática e estruturada, onde cada falha é identificada e avaliada em termos de sua gravidade, ocorrência e detecção.
Neste artigo, você entenderá o que é FMEA, incluindo suas vantagens e etapas para aplicação na gestão. Confira!
O que é FMEA?
FMEA significa Failure Modes and Effects Analysis, ou Análise de Modos e Efeitos de Falha. Ela é uma metodologia usada para identificar e avaliar riscos em processos, produtos ou sistemas. O objetivo é antecipar e corrigir problemas antes que eles aconteçam, reduzindo a chance de falhas.
A aplicação do FMEA se baseia em seguir as suas etapas para enxergar o impacto que a falha pode ter, suas causas e as medidas para evitá-la no futuro. Ao analisar detalhadamente cada parte do processo ou produto, é possível ver o que pode dar errado e como isso afeta o todo.
Dessa forma, o FMEA depende da compreensão dos seguintes conceitos:
- modo: a forma ou maneira pela qual uma falha pode ocorrer;
- falha: é o defeito ou a situação em que algo não funciona como deveria;
- efeito: a consequência ou o resultado da falha;
- causa: o motivo, razão ou origem de uma falha.
Além de ajudar a prevenir problemas, o FMEA é mais eficiente quando combinado com outras ferramentas. Uma delas é o Diagrama de Ishikawa, que ajuda a visualizar as potenciais causas das falhas. Outra possibilidade é o Diagrama de Pareto, para priorizar quais devem ser resolvidas primeiro.
Quais são os tipos de FMEA?
Dependendo da área de aplicação, a FMEA pode assumir diferentes formas, cada uma adaptada às necessidades específicas de análise e melhoria.
A seguir, veja quais são as principais diferenças entre os tipos de FMEA e exemplos relacionados:
FMEA de produto
A FMEA de produto é usada para identificar e analisar falhas potenciais em produtos e seus componentes. Isso vale para desde a fase de projeto até o uso pelo consumidor final.
Por exemplo, considere que uma empresa está desenvolvendo um novo smartphone. A FMEA de produto ajudará a encontrar e solucionar problemas como falhas na bateria ou falhas de design que poderiam afetar o desempenho do aparelho.
FMEA de processo
Também conhecida como PFMEA, essa abordagem é aplicada para analisar e melhorar os processos de fabricação e montagem. Ela serve para detectar falhas que podem ocorrer devido a erros humanos, problemas com equipamentos ou baixa qualidade dos materiais.
Pense em uma fábrica de automóveis. A PFMEA pode ajudar a identificar possíveis problemas na linha de montagem que podem resultar em peças mal ajustadas.
FMEA de sistema
Esse tipo de FMEA é voltado para a análise de sistemas complexos, principalmente em indústrias que dependem de componentes críticos e interconectados.
Por exemplo, em uma usina de energia nuclear, a FMEA de sistema pode ajudar a prever falhas em mecanismos de controle e segurança.
FMEA de serviço
A FMEA de serviço é utilizada para analisar e melhorar serviços antes que eles cheguem ao cliente.
Por exemplo, um hotel pode usar a FMEA de serviço para detectar e corrigir falhas nos procedimentos de check-in ou no atendimento ao cliente.
Quais são as vantagens do FMEA?
O FMEA é um método consolidado graças aos benefícios que consegue trazer a organizações de diferentes segmentos com necessidades distintas.
Como você já sabe, o principal papel dessa ferramenta é identificar e quantificar a incidência de falhas, facilitando o reconhecimento das causas dos problemas. Esse se revela como um de seus principais benefícios, já que promove uma maior satisfação dos clientes e uma melhoria contínua na qualidade.
Outra vantagem de destaque é o aumento da confiabilidade. Com a análise dos riscos, é possível adotar medidas para evitar falhas, melhorando a confiança dos clientes no que é oferecido. Isso contribui para a qualidade superior dos produtos e processos.
Além disso, o uso do FMEA pode gerar economia de custos e materiais. Evitar falhas e retrabalho significa menos despesas e uma utilização mais eficiente dos recursos disponíveis. Isso resulta em benefícios financeiros para a empresa que justificam o investimento nessa abordagem.
Quais são as etapas do FMEA?
Para aplicar o FMEA em sua empresa, é preciso seguir um conjunto estruturado de etapas que ajudam a identificar e mitigar riscos segundo esse modelo.
Veja a seguir quais são as etapas do FMEA e como aplicá-las:
Definição
O primeiro passo é definir claramente o que será analisado. Isso pode ser um produto, um processo ou um procedimento específico. Você também precisa decidir se a análise abrangerá o sistema inteiro ou apenas partes dele, como um maquinário completo ou componentes individuais.
Especificações
Depois de definir o item ou processo a ser analisado, reúna todas as especificações técnicas detalhadas. Isso deve incluir descrições do funcionamento, diagramas de fluxo, listas de componentes e qualquer outra documentação técnica relevante.
Modos de falha
Esse é o momento de identificar os potenciais modos de falha, ou seja, as maneiras pelas quais o item ou processo pode falhar. Inclua tanto aquelas que já foram observadas quanto as que são apenas possíveis.
Efeitos de falha
Após detectar os modos de falha, é importante determinar quais serão os efeitos de cada uma. É assim que chamamos os resultados negativos que ocorrem quando um modo de falha se manifesta.
Causas por falha
O próximo passo é descobrir as causas subjacentes das falhas identificadas. Isso envolve investigar o motivo pelo qual uma falha específica ocorreu, como um parafuso solto causando desalinhamento em um eixo.
Controles por causa
Considere quais medidas de controle já estão em vigor para detectar e lidar com as falhas. Além disso, procure conhecer os procedimentos de monitoramento e as ações corretivas existentes. Se eles não estiverem adequados, identifique quais novas iniciativas podem ser necessárias.
Risco calculado (RPN)
O RPN (Risk Priority Number) é uma escala usada para priorizar adequadamente a atenção dada a solucionar cada falha identificada. Para fazer esse cálculo, considere três fatores: a severidade da falha, a probabilidade de ocorrência e de detecção.
Propostas de melhoria
Depois de encontrar e avaliar as falhas e seus riscos, proponha melhorias para reduzir ou eliminar esses problemas. Elas devem ser práticas e focadas em soluções que abordem as causas das falhas e melhorem o desempenho do sistema.
Plano de ação
Com base nas propostas de melhorias que você elaborou na etapa anterior, você deve desenvolver um plano de ação para implementá-las. Ele deve incluir os passos específicos que serão seguidos, os responsáveis pela execução e os prazos para a conclusão de cada ação.
Agora você já conhece o que é FMEA e as etapas necessárias para implementar essa ferramenta em seus processos. Assim, você pode fortalecer a qualidade e a confiabilidade dos seus produtos e conquistar resultados cada vez melhores em suas iniciativas.
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