Somos resistentes àquilo que a gente não conhece. E é essa a premissa que nos afasta da oportunidade de conhecer, crescer e prosperar em um ambiente com pessoas e mentalidades diferentes.
A força de uma cultura inclusiva é avaliada pela maneira como os funcionários agem em situações críticas e, principalmente, se resume a quão inclusivos são os líderes.
Descobrimos que o que os líderes dizem e fazem faz uma diferença de até 70% para que um indivíduo se sinta incluído. E isso importa, porque quanto mais as pessoas se sentem incluídas, mais elas falam, inovam e colaboram.
A importância da diversidade na liderança
Em agosto de 2017, Michael Fraccaro, diretor global de recursos humanos da Mastercard, concedeu uma entrevista à revista Exame afirmando que quando a empresa possui pessoas da mesma cultura, aparência e história, os resultados serão sempre os mesmos.
Em virtude disso, a empresa destacou a importância de investir em pessoas diferentes para integrar o time global e aumentar a abrangência do que se entende como diversidade dentro da organização.
O grande diferencial da Mastercard está em buscar não somente a diversidade estereotipada, mas principalmente a diversidade de mente e pensamento para que soluções criativas aconteçam o tempo todo.
Como se tornar uma liderança inclusiva?
Em 2021, a empresa Deloitte realizou uma pesquisa considerada a precursora da ideia de liderança inclusiva.
Nesse estudo, a empresa identificou seis pilares principais para o desenvolvimento de líderes inclusivos:
- Comprometimento: a confiança no negócio e ter valores pessoais de diversidade e inclusão. Um grande senso de justiça e a vontade de fazer diferente são os principais motivadores para uma liderança inclusiva.
- Coragem: encarar a liderança com humildade e bravura.
- Conhecimento de Vieses: a capacidade de autorregulação, disciplina e aplicar sempre o fair play, quando todas as decisões relacionadas ao time são tomadas de modo justo, transparente e igualitário.
- Curiosidade: estar aberto ao novo, ter diferentes perspectivas e lidar com a ambiguidade.
- Inteligência cultural: a capacidade de ter foco, conhecimento e adaptabilidade em relação às diferentes culturas.
- Colaboração: desenvolver o empoderamento, o senso de equipe e dar voz aos liderados.
Implementando ações práticas para a inclusão
Uma liderança inclusiva não vai surgir do dia para a noite. É necessário traçar ações estratégicas para criar um programa de desenvolvimento da liderança pautado na diversidade.
Aqui estão quatro caminhos práticos para começar a atuar no desenvolvimento de lideranças inclusivas na cultura da sua organização:
Identificar os pontos de atenção
O primeiro passo é encontrar os principais desafios que o RH pode enfrentar. Identifique o perfil atual da liderança para traçar planos de ação que combatam as dificuldades em relação à diversidade e inclusão.
Realize dinâmicas ou pesquisas para conhecer mais sobre as opiniões da liderança em relação a vieses inconscientes e documente todas as descobertas para traçar planos de ação.
Fazer um alinhamento estratégico com as lideranças
Qualquer plano de futuro da liderança traçado pelo RH precisa ser bem estruturado. O setor de recursos humanos e os líderes precisam estar alinhados com relação aos objetivos.
Mostre o valor das ações para as pessoas líderes da sua empresa, realizando palestras com outras empresas e entrevistas com lideranças que já têm um perfil inclusivo. É importante que todos os passos do desenvolvimento de uma liderança inclusiva sejam claros e justos.
Incentivar o autoconhecimento
Um dos principais itens mencionados nos pilares da liderança inclusiva é o perfil da pessoa líder. Não adianta que o RH crie programas de desenvolvimento e fomente uma cultura diversa se as pessoas que irão carregar essa cultura não estejam preparadas para tal.
Torne os programas de inclusão uma pauta pública, gerando debates importantes e se tornando referência no assunto.
Promover a mentalidade inclusiva
Diversidade e inclusão não são apenas sobre políticas dentro e fora da organização, mas sobre uma mentalidade que permite enxergar oportunidades por meio da visão de múltiplas pessoas. Pergunte a si mesmo: o que você fará para desenvolver uma mentalidade inclusiva na sua área ou organização?
Desenvolver uma liderança inclusiva é um processo contínuo e estratégico que exige comprometimento, coragem, conhecimento, curiosidade, inteligência cultural e colaboração.
Adotar essas práticas pode transformar a cultura da sua organização, promovendo um ambiente onde todos se sintam valorizados e motivados a contribuir para o sucesso coletivo.
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Sebastian Bonhomme é mentor da FRST e psicanalista. Facilitador de Mergulhos Profundos de Autoconsciência. Mentor e Conselheiro especialista em Desenvolvimento de Liderança Pessoal e Corporativa. Autor. Criador de Conteúdo e Palestrante.