Balanced Scorecard (BSC): o que é, vantagens e como aplicar

bsc balanced scorecard

Muitas conquistas um dia foram apenas sonho. No mundo corporativo, para se tornarem realidade, os sonhos devem ser claros e mensuráveis. E a partir daí a estratégia começa a se moldar. 

Um dos modelos estratégicos mais avançados e conhecidos é o Balanced Scorecard (BSC), que há mais de 30 anos revoluciona a forma como muitas empresas estruturam seu propósito, objetivos e indicadores chave de sucesso.  

Neste artigo vou explicar o que é o Balanced Scorecard, seus benefícios e como implementar na sua gestão.  

O que é e como surgiu o BSC? 

O Balanced Scorecard (ou, traduzindo para o português, Indicadores Balanceados de Desempenho) é um modelo de gestão estratégica que surgiu na década de 90 aprimorando os métodos tradicionais. 

Por trás da criação do método estão os conceituados doutores em Administração pela Harvard, Robert Kaplan e David Norton. Além de acadêmicos, são executivos de sucesso com vasta experiência em execução de estratégia, mercado financeiro e em conselhos de renomadas empresas. São autores de diversos livros e artigos muito lidos até os dias de hoje.  

A diferença do BSC para os outros modelos, como o próprio nome diz, reflete o balanceamento ou equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo; entre métricas financeiras e não financeiras; entre indicadores históricos e preditivos e entre perspectivas de performance internas e externas. 

Desta forma, ele garante uma visão sistêmica da organização, interligando todas as partes que vão em direção a um mesmo caminho, minimizando conflitos e sobreposições. 

Bons resultados financeiros são consequência de um time de excelência e de processos eficientes que traduzem uma entrega de produtos e serviços de qualidade e no prazo, elevando a satisfação dos clientes. Além disso, fornecem uma visão clara do mercado no qual está inserido. 

Quais são as perspectivas e os componentes do BSC? 

 O BSC é ancorado por 4 perspectivas que vão além da financeira. São interdependentes, garantindo total alinhamento, foco e coerência entre elas. 

Em cada perspectiva são definidos objetivos estratégicos, indicadores, metas e ações/projetos para atingimento dos resultados almejados. 

Abaixo, um exemplo de como pode ser estruturado um mapa estratégico de uma companhia. 

 E qual é a finalidade de cada perspectiva? 

Aprendizado e Crescimento 

A habilidade de uma empresa em inovar, melhorar e aprender está diretamente ligada a criação de valor. A base de uma empresa sólida é formada por um time engajado e preparado, que está em constante evolução (lifelong learning), alinhado com propósito, estratégia e cultura da organização. 

Processos internos 

Atuar em uma empresa sem processos bem definidos é como percorrer um caminho desconhecido sem ter um mapa em mãos.  Com isso em mente, devemos refletir: como termos processos de excelência, melhorando a experiência do cliente, minimizando custos, automatizando atividades, evitando retrabalhos e desenvolvendo novos produtos e serviços? 

Clientes e Mercado 

Como aprimorar a experiência do cliente desde sua prospecção, conquista e retenção? Como nos posicionarmos frente ao nosso mercado, concorrentes, identificando as oportunidades, potenciais parceiros e eventuais ameaças? 

Financeira 

Quais resultados financeiros (rentabilidade, liquidez. endividamento) queremos obter para atender as expectativas dos nossos acionistas? Esta perspectiva deve ser consequência dos objetivos estabelecidos nas perspectivas acima.  

Quais são os benefícios do Balanced Scorecard? 

Visão Sistêmica  

“Sem pensamento sistêmico, a semente da visão cai em solo estéril” – Peter Senge. 

A visão sistêmica nos permite saber o caminho que a empresa vai seguir naquele período com clareza, tangibilidade e foco. E esta é a principal vantagem do BSC, pois ele alinha objetivos e metas de diferentes áreas, assegurando que todos estão trabalhando em prol de um mesmo propósito. 

Precisão 

Devido a conexão dos objetivos de cada perspectiva com os indicadores, é possível ter uma quantidade equilibrada das métricas: nem o excesso e nem a escassez. Não podemos nos esquecer que a estratégia requer escolhas (tradeoffs). Nem sempre mais é melhor. 

Simplicidade 

A criação e a interpretação do mapa estratégico não são complexas. A lógica da integração e da divisão dos objetivos pelas quatro perspectivas torna intuitivo o seu desenvolvimento e sua disseminação desde a alta direção até a operação.  

Comunicação e transparência  

Idealmente, o mapa estratégico deve estar visível para toda a companhia de forma impressa em grandes banners ou em algum software amplamente utilizado na empresa. 

A liderança tem papel fundamental em tornar a estratégia conhecida por toda a sua equipe, além de garantir que cada um saiba e acompanhe sistematicamente os indicadores de sua responsabilidade.  

Monitoramento periódico  

O BSC facilita a implantação de uma cultura de gestão por resultados com acompanhamento periódico dos indicadores estipulados e da execução das ações propostas e projetos. 

É importante que este monitoramento aconteça em todos os níveis: estratégico, tático e operacional. 

Como implantar o Balanced Scorecard? 

Planejamentos estratégicos de 5 ou 20 anos não são mais vistos nos dias de hoje. Na Era do Conhecimento e da Tecnologia houve um aumento drástico na velocidade da concepção e implantação de novos produtos, serviços e negócios. 

Usualmente, o planejamento é anual, pois previsões e métricas de longo prazo não cabem mais na estratégia do mundo corporativo 

Avaliação dos aspectos externos e internos 

A implantação do BSC se inicia no final do ano anterior normalmente pela avaliação do mercado, podendo ser usada a matriz SWOT para entendimento de aspectos internos e externos do segmento do negócio. Ela guia o estabelecimento dos objetivos estratégicos, como potencializar forças e oportunidades e minimizar as ameaças e fraquezas em cada uma das perspectivas vistas acima.  

Definição e avaliação de indicadores performance 

A partir daí, seguimos com a definição (novos) e avaliação (existentes) de indicadores que estão diretamente relacionados com os objetivos estratégicos e que irão exercer o controle sobre os resultados. 

O Gerenciamento pelas Diretrizes, ou GPD é uma excelente ferramenta nesta etapa, traduzindo as necessidades da organização (meta da alta direção) em metas para todos os níveis (tático e operacional), desdobrando assim as responsabilidades de cada uma das partes para que se alcance o todo. 

É importante frisar que cada indicador tem sua meta, que deve ser SMART. Metas devem sempre ser ambiciosas, mas nunca inatingíveis, pois desmotivam o time.  

Estabelecimento de ações e projetos 

Sem ações e projetos as metas serão inalcançáveis. Planos de ação consistentes fundamentados nos objetivos e metas e projetos prioritários com responsáveis, prazos e custos bem definidos e controlados são a garantia do sucesso das metas. Abaixo as características de ações x projetos: 

De nada vale um belo planejamento se não bem comunicado, visível e difundido dentro de toda organização. 

Não menos importante são os ritos de gestão para acompanhamento periódico do que foi definido, dos resultados propostos pelas metas e do status da execução de ações e projetos.  

Conclusão 

O tempo de existência não fez o Balanced Scorecard cair em desuso. De acordo com a consultoria estratégica 2CG do Reino Unido, que desde 2008 faz pesquisas com empresas de segmentos, portes e continentes distintos, a ferramenta continua proporcionando organização, simplicidade e integração na condução dos negócios. Na última pesquisa em 2020, 93% dos respondentes disseram que o método é extremamente ou muito útil para suas organizações. 

A chave do sucesso está em entender que o BSC não é um sistema de métricas. Ele é o centro do sistema de gestão da companhia que ajudará na condução do negócio com simplicidade, foco e visão.  

Por fim, algumas dicas relevantes para quem quer começar ou readaptar seu modelo de gestão estratégica: 

  • Mantenha-o simples e concreto; 
  • Discuta premissas, não previsões; 
  • Identifique claramente as prioridades; 
  • Monitore a performance continuamente. 

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Teresa Dias é mentora da FRST e tem experiência em gestão pela qualidade, reestruturação de processos, planejamento estratégico, controle orçamentário e implantação de sistema de gestão por processos e gestão de indicadores e performance.

Referências: 

https://iveybusinessjournal.com/publication/the-balanced-scorecard-to-adopt-or-not-to-adopt/ 

https://hbr.org/1993/09/putting-the-balanced-scorecard-to-work 

https://hbr.org/1992/01/the-balanced-scorecard-measures-that-drive-performance-2 

 

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