A comunicação tem um papel central no ambiente de trabalho e na sociedade como um todo, pois ela possibilita que pessoas possam trocar informações, interagir e desempenhar uma série de funções.
No entanto, muitas vezes, essa maneira como as pessoas dialoguem entre si pode ser permeada por conflitos e tensões, que prejudicam não apenas o ambiente de trabalho, mas também a eficácia do fluxo de trabalho como um todo.
É nesse contexto que a Comunicação Não-Violenta (CNV) surge como uma abordagem essencial para promover relações mais saudáveis e produtivas dentro das empresas.
Neste artigo, vamos explorar esse conceito, entender suas principais características, componentes e benefícios, além de conferir como ela pode ser colocada em prática no ambiente corporativo. Acompanhe!
O que é Comunicação Não-Violenta (CNV)?
A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma abordagem de comunicação desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg. Ela propõe um método eficaz para expressar sentimentos e necessidades de forma clara e empática, ao mesmo tempo em que se promove uma escuta ativa e respeitosa.
A CNV é fundamentada em princípios de compaixão, empatia, autenticidade e cooperação, e busca transformar conflitos em oportunidades de crescimento e compreensão mútua.
Ao praticar a CNV, as pessoas são incentivadas a se conectarem de forma genuína, e substituir reações rápidas e automáticas a um discurso — que podem sair de forma reativa — por uma resposta mais consciente, que envolve a reflexão e percepção sobre os outros e sobre si.
Um resumo do livro
O livro Comunicação Não-Violenta, escrito pelo psicólogo clínico Marshall B. Rosenberg, é fruto do trabalho do autor ao longo dos anos 1960 e 1970 na clínica e em outras instituições onde observava a forma violenta e conflituosa que permeava as relações.
Inspirado na resistência não-violenta de grandes figuras como Gandhi e Martin Luther King, Rosenberg criou a CNV como uma ferramenta para transformar relacionamentos, oferecendo um modelo prático para expressar sentimentos e necessidades de forma autêntica, enquanto se mantém receptivo à perspectiva dos outros.
O livro explora os quatro componentes essenciais da CNV e detalha como eles podem ser aplicados em diversas situações da vida cotidiana.
Ao longo do livro, o autor também aborda os desafios comuns na comunicação, como a tendência de julgar e culpar os outros, e oferece estratégias para superar essas barreiras e cultivar relações mais saudáveis.
Quais são os 4 pilares da comunicação não-violenta?
Na obra, Marshall Rosenberg define quatro pilares que norteiam sua teoria da Comunicação Não-Violenta. São eles:
Observação
O primeiro pilar da CNV é a capacidade de observar sem julgar. Isso significa descrever objetivamente uma situação, enfocando apenas os fatos concretos e observáveis, sem adicionar interpretações, avaliações ou julgamentos pessoais.
A observação ajuda a manter a comunicação focada em eventos específicos e evita que as emoções obscureçam a percepção dos fatos.
Sentimentos
O segundo pilar envolve a identificação e expressão dos sentimentos. Reconhecer e comunicar os sentimentos de forma honesta e autêntica é crucial na prática da Comunicação Não-Violenta.
Esse passo permite que as pessoas expressem suas emoções de maneira clara e compreensível, promovendo a empatia e a conexão genuína entre os envolvidos na comunicação.
Necessidades
O terceiro pilar da CNV é o reconhecimento das necessidades subjacentes aos sentimentos. Todas as pessoas têm necessidades básicas e universais, como segurança, conexão, autonomia e reconhecimento.
Identificar e articular essas necessidades permite que as partes envolvidas na comunicação compreendam melhor umas às outras e encontrem soluções que atendam às necessidades de todos de forma satisfatória.
Pedidos
O quarto e último pilar é a formulação de pedidos claros e concretos. Em vez de fazer exigências ou críticas, a Comunicação Não-Violenta incentiva a formulação de pedidos positivos e específicos que expressem como as necessidades podem ser atendidas de maneira satisfatória.
Os pedidos na CNV são feitos de maneira respeitosa e transparente, permitindo que o trabalho em equipe flua de forma produtiva e eficiente.
Quais os benefícios da CNV no trabalho?
A Comunicação Não-Violenta é uma ferramenta que contribui para a criação de ambientes de trabalho agradáveis e sadios, que estimulam a colaboração e o bem-estar. Por isso, sua prática oferece diversas vantagens. Conheça as principais.
Melhora nas relações interpessoais
A Comunicação Não-Violenta promove interações mais empáticas e autênticas, o que fortalece os vínculos entre colegas de trabalho e líderes. Isso contribui para um ambiente de trabalho mais harmonioso e colaborativo, além de reduzir o estresse e o turnover.
Resolução eficaz de conflitos
Ao fornecer ferramentas para expressar sentimentos e necessidades de maneira clara e respeitosa, a CNV ajuda a resolver conflitos de forma construtiva. Em vez de alimentar ressentimentos e hostilidades, as partes envolvidas são incentivadas a buscar soluções satisfatórias e efetivas.
Aumento da produtividade
Uma comunicação mais clara e aberta promovida pela Comunicação Não-Violenta reduz mal-entendidos e conflitos desnecessários, permitindo que as equipes se concentrem em suas tarefas e objetivos comuns. Isso pode levar a um aumento da eficiência e da produtividade no trabalho.
Desenvolvimento de liderança empática
Líderes que praticam a Comunicação Não-Violenta são capazes de inspirar e motivar suas equipes de maneira mais eficaz. Eles demonstram conexão genuína, escuta ativa e habilidades de comunicação que inspiram confiança e respeito, tornando-se modelos a serem seguidos dentro da organização.
Como praticar a CNV no ambiente de trabalho?
Praticar a Comunicação Não-Violenta no trabalho envolve a aplicação de seus pilares e técnicas em diversas situações cotidianas. Confira algumas maneiras práticas de aplicar essa filosofia na sua empresa.
Escute ativa e empaticamente
Ao ser procurado, dedique tempo para ouvir atentamente seus colegas de trabalho e gestores. Demonstre interesse genuíno pelo que estão dizendo, faça perguntas para esclarecer e demonstre empatia ao reconhecer seus sentimentos e necessidades. Escute o outro sem julgamento, crítica ou acusação.
Pratique o autoconhecimento
Antes de se expressar o que sente e se comunicar, tire alguns minutos para pensar no que você está sentindo, o que está causando essas sensações e qual é sua real necessidade. Assim, você tende a conseguir ser mais claro e objetivo em suas mensagens, evitando linguagem reativa.
Expresse o que sente
O pilar Sentimentos convida pessoas a compartilhar o que sentem de maneira direta e respeitosa, sem se tornar agressivo ou passivo.
Por exemplo, no lugar de dizer “Você sempre perde os prazos!”, frase carregada de hostilidade, prefira dizer como isso lhe faz sentir, como: “Me sinto frustrado quando você atrasa suas entregas”. Isso gera conexão imediata com o outro, que tende a se prontificar a ajudar.
Comunique claramente o que precisa
Procure entender os sentimentos e necessidades subjacentes dos outros e também se esforce para comunicar as suas. A ideia é apostar em uma linguagem produtiva que impulsione a busca por soluções.
Outro exemplo: em vez de dizer algo como “Você não se importa isso”, diga: “É importante para mim que você se importe com isso, porque me ajuda a aprimorar meu trabalho e me passa mais confiaça”.
A Comunicação Não-Violenta (CNV) oferece uma abordagem poderosa e eficaz para promover relações saudáveis e produtivas no ambiente de trabalho. Ao aplicar seus princípios, as empresas podem promover uma cultura de respeito, compreensão e colaboração, contribuindo para um ambiente de trabalho mais positivo e humano.
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