Liderança transacional: o que é, vantagens e como aplicar

liderança transacional

A liderança transacional é um estilo de liderança focado na troca de recompensas por desempenho.

De modo geral, esse modelo se baseia na ideia de que os funcionários são motivados por recompensas extrínsecas, como bônus, promoções e reconhecimento. E para atuar nesse contexto, o líder transacional define metas claras e monitora a performance.

A liderança é um elemento fundamental em qualquer organização, influenciando diretamente sua cultura. Entender qual estilo faz mais sentido para uma empresa é um processo que exige considerar uma série de aspectos.

Neste texto, vamos saber mais sobre o conceito de liderança transacional, suas características, vantagens e desvantagens, diferenças em relação à liderança transformacional e sua aplicação.

Qual modelo é melhor? Continue a leitura e entenda!

O que é liderança transacional?

A liderança transacional é um estilo de liderança que se concentra em transações específicas entre líderes e liderados dentro de uma organização.

Neste modelo, os líderes estabelecem expectativas claras para os membros da equipe, definindo metas e resultados específicos que devem ser alcançados. Essas expectativas são comunicadas de forma explícita, garantindo que todos os envolvidos compreendam o que é esperado deles em termos de desempenho e entrega.

Trata-se de um estilo de liderança comum e amplamente utilizado em muitas organizações ao redor do mundo. É especialmente prevalente em ambientes onde a estrutura organizacional é mais tradicional e hierárquica, e onde metas específicas e resultados mensuráveis são valorizados.

Empresas de diversos setores, desde corporações multinacionais até pequenas empresas, podem empregar a liderança transacional como parte de suas práticas de gestão. 

Inclusive, muitos líderes optam por adotar esse modelo por sua capacidade de manter a organização focada em metas concretas.

História da liderança transacional

A história da liderança transacional remonta aos estudos e teorias sobre a burocracia e gestão racional desenvolvidos por Max Weber, no início do século XX. 

Weber foi um sociólogo e economista alemão que explorou a natureza e a estrutura das organizações, identificando características como hierarquia, regras formais, especialização e impessoalidade como elementos centrais da burocracia.

No entanto, foi apenas no final do século que a liderança transacional começou a ser formalizada como um conceito distinto na literatura de liderança. 

Um dos principais pesquisadores e teóricos responsáveis por popularizar esse conceito foi o americano Bernard M. Bass, um estudioso da área organizacional.

Bass desenvolveu suas teorias sobre liderança transacional em contraste a outro estilo de liderança que ele chamou de “liderança transformacional”. 

Enquanto a liderança transformacional se concentra em inspirar e motivar os seguidores a alcançar objetivos mais elevados, a liderança transacional está mais preocupada com a gestão das transações entre líderes e liderados por meio de trocas e recompensas (veremos em mais detalhes a comparação sobre ambos estilos no decorrer deste texto). 

Componentes da liderança transacional

Bass identificou três aspectos elementares da liderança transacional:

  • Contingência: na qual os líderes estabelecem expectativas claras para os membros da equipe e definem recompensas com base no cumprimento dessas expectativas. 
  • Gerenciamento ativo: no qual os líderes intervêm quando necessário para oferecer orientação, suporte ou feedback corretivo.
  • Recompensas contingentes: em que recompensas tangíveis, como bônus financeiros, promoções ou reconhecimento público, são oferecidas aos membros da equipe em troca do alcance de metas ou realização de resultados específicos.

Quais as características da liderança transacional?

A liderança transacional é caracterizada por vários aspectos distintos que a diferenciam de outros estilos de liderança. 

Um dos pilares desse modelo é a comunicação clara e direta das expectativas. Os líderes estabelecem metas específicas e resultados mensuráveis para os membros da equipe, garantindo que todos compreendam o que é esperado deles em termos de desempenho e contribuição para os objetivos organizacionais.

Outra característica marcante é o uso de recompensas tangíveis para incentivar o cumprimento das metas estabelecidas. Nesse sentido, são oferecidos bônus financeiros, promoções ou reconhecimento público, por exemplo.

Juntamente com as recompensas, os líderes transacionais também estabelecem punições para o não cumprimento das expectativas ou baixa performance. Isso pode incluir consequências como advertências formais, redução de privilégios ou até mesmo ações disciplinares mais severas, dependendo da gravidade ou do desempenho abaixo do esperado.

Além disso, os líderes neste modelo desempenham um papel ativo no monitoramento e gerenciamento do desempenho da equipe. 

Eles supervisionam de perto o progresso dos subordinados em direção às metas estabelecidas, intervindo quando necessário para oferecer suporte, orientação ou feedback corretivo. 

Quais as vantagens e desvantagens da liderança transacional?

Como em qualquer modelo, a liderança transacional apresenta vantagens e desvantagens que devem ser consideradas por uma organização:

Vantagens da liderança transacional

Uma das principais vantagens da liderança transacional é a clareza nas expectativas. A partir do estabelecimento de metas, os membros da equipe sabem exatamente o que é esperado deles.

Além disso, as recompensas como bônus financeiros, promoções ou reconhecimento público, incentivam os colaboradores a se esforçarem para alcançar tais metas. 

Outra vantagem deste modelo de liderança é a estrutura organizacional clara que ela proporciona. 

Em ambientes onde a estrutura hierárquica e as expectativas são importantes, esse aspecto orienta o comportamento das equipes, facilita a coordenação e o alinhamento de esforços.

Benefícios

Os benefícios da liderança transacional podem ser: 

  • Aumento da produtividade: a partir do foco em metas e recompensas;
  • Melhoria do desempenho: com o monitoramento do desempenho e feedbacks constantes;
  • Redução de erros: conquistada pela comunicação clara e pelo estabelecimento de expectativas;
  • Ambiente de trabalho motivador: a partir do reconhecimento e da recompensa pelo bom desempenho.

Desvantagens da liderança transacional

No entanto, a liderança transacional também apresenta algumas desvantagens. Um dos principais pontos de atenção deste estilo de liderança é a possível falta de criatividade e de inovação que ele pode desencadear. 

Isso pode acontecer em razão da forte concentração em metas predefinidas e de recompensas, o que pode inibir a criatividade e a iniciativa dos funcionários.

Outra questão a ser considerada é a sua eficiência em ambientes de rápida mudança. Como esse estilo de liderança depende de metas predefinidas, pode ser difícil ter flexibilidade para responder a desafios imprevistos.

Finalmente, pode-se apontar a dependência excessiva dos funcionários às recompensas externas, o que pode levar à perda de motivação e do senso de propósito no trabalho.

Sendo assim, ao decidir adotar esse estilo de liderança, os líderes devem considerar cuidadosamente todas vantagens e desvantagens e avaliar se ele é adequado ao contexto específico da organização.

Pontos de atenção 

Alguns aspectos a serem observados na liderança transacional são:

  • Desincentivo à criatividade: uma vez que o foco está nas metas e recompensas;
  • Falta de iniciativa da equipe: a partir da dependência do líder para tomar decisões;
  • Alto índice de rotatividade: que pode ser estimulada em ambientes de alta competitividade;
  • Clima organizacional fraco: com engajamento artificial caso as metas e recompensas sejam os únicos fatores de motivação junto aos colaboradores. 

Qual a diferença entre liderança transformacional e liderança transacional?

A diferença entre liderança transformacional e liderança transacional está nas abordagens e objetivos dos líderes em relação aos liderados.

A liderança transformacional se concentra em inspirar e motivar os colaboradores a alcançarem objetivos mais elevados, muitas vezes indo além das expectativas, com o objetivo de conquistar mudanças relevantes na organização. 

Para isso, esses líderes buscam influenciar as crenças, valores e motivações da equipe, capacitando a alcançar seu máximo potencial. Basicamente, eles inspiram confiança, estimulam a inovação e promovem um ambiente de trabalho colaborativo e criativo.

Por outro lado, a liderança transacional está mais voltada para a gestão das transações entre líderes e liderados. 

Para isso, seus líderes estabelecem expectativas para cada membro da equipe, definindo metas específicas e comunicando de forma explícita as recompensas e punições associadas ao desempenho. 

Em resumo, eles gerenciam de perto o desempenho dos subordinados, oferecendo recompensas tangíveis em troca do cumprimento das metas e intervindo quando necessário para corrigir problemas ou oferecer suporte adicional.

Qual estilo de liderança é melhor?

A resposta depende do contexto e das necessidades da organização. Embora ambos os estilos de liderança tenham suas vantagens e desvantagens, a chave está em entender as demandas específicas tanto da empresa, quanto dos membros da equipe para determinar qual estilo é mais adequado em determinadas situações.

A liderança transacional pode ser funcional em ambientes estáveis e que exigem um alto nível de produtividade. Já a liderança transformacional pode ser mais eficaz em ambientes dinâmicos e que exigem criatividade e inovação.

Liderança híbrida

Na prática, muitos líderes utilizam uma combinação de liderança transacional e transformacional. Essa liderança híbrida pode ser interessante para alcançar diferentes objetivos e criar um ambiente de trabalho mais completo.

Como aplicar a liderança transacional na empresa?

Basicamente, aplicar a liderança transacional na empresa requer uma abordagem orientada para resultados. 

Começa com a definição clara de metas específicas e mensuráveis para os membros da equipe, comunicando essas metas de forma clara. Para funcionar bem, é de extrema importância que todos os funcionários entendam o que se espera deles em termos de desempenho e contribuição.

Além disso, os líderes neste modelo de gestão devem estabelecer expectativas de desempenho detalhadas e comunicar as recompensas associadas ao seu cumprimento. 

Essas recompensas podem incluir bônus financeiros, promoções, reconhecimento público ou outras formas de incentivo tangível. No entanto, é importante que essas recompensas sejam proporcionais ao desempenho e estejam claramente vinculadas aos resultados alcançados.

Para aplicá-la efetivamente, os líderes também devem monitorar de perto o desempenho dos subordinados, oferecendo feedback regular sobre o progresso em direção às metas estabelecidas. 

Além disso, os líderes transacionais devem estar preparados para intervir quando necessário, oferecendo suporte adicional para enfrentar desafios, para a correção de problemas de desempenho e/ou para definir recompensas àqueles que alcançarem resultados excepcionais. É importante ressaltar que essas intervenções devem ser justas, consistentes e baseadas em critérios objetivos.

E na prática, funciona?

Em termos gerais, por ser centrada em resultados, a liderança transacional pode motivar funcionários a melhorar o desempenho e impulsionar o sucesso da empresa. 

Como consequência, os líderes podem criar um ambiente de trabalho mais produtivo e gratificante para todos. 

Para funcionar, é preciso observar o contexto e momento da empresa. E, finalmente, é fundamental o estabelecimento e/ou adequação a uma cultura organizacional que valorize o desempenho e o cumprimento das metas.

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